Engana-se quem supõe que o tema deste artigo é puramente sobre gestão ágil.
De tempos em tempos o PMI lança o relatório Pulse of the Profession com diversos insights sobre a Gestão de Projetos, métricas e uma expectativa sobre o que enfrentaremos adiante.
- Em 2019 vimos o “Project Management Technology Quotient”, que era a capacidade do profissional de se adaptar, gerenciar e integrar tecnologias, com foco nas necessidades das organizações e projetos.
- Em 2017 e 2018 vimos o endereçamento de temas ágeis e Digitais, novas abordagens para a gestão de projetos e entrega de valor.
Tudo isto acaba girando em torno de manter o projeto dentro do prazo, escopo, custo e qualidade. Mas não seria isto “BAU” (Business-As-Usual)? Não estamos perdendo oportunidades por apenas nos contentarmos em endereçar pontos de controle e métricas?
Eu acredito que apenas gerenciar o projeto e seguir o PMBOK não é suficiente. Em meu tempo de IBM, explicava a conhecidos que minha atuação se assemelhava a um radialista, um comunicador. Vejo meu trabalho focado no engajamento e na comunicação adequada de todas as partes interessadas, feita com transparência e setando expectativas realistas em relação ao projeto e suas entregas. Recentemente a HBR disponibilizou um artigo exemplificando as razões pelas quais a transformação digital falha nas organizações. Sem surpresa, a falta de comunicação, de alinhamento e expectativas mal definidas são razões levantadas pelo estudo.
Então, qual seria o papel do “novo” gerente de projetos?
Ora, se passamos tanto tempo interagindo, desenvolvendo relacionamentos, transmitindo segurança às partes interessadas, então somos um ponto chave e facilitador na identificação e desenvolvimento de novas oportunidades de negócios. Conhecemos o negócio de nossos clientes, suas dores e podemos adicionar valor sugerindo novas implementações e melhorias, com benefícios mútuos.
Para realizarmos isto de forma responsável, precisamos estar atualizados em novas tecnologias e contar com a participação ativa do(s) time(s). Um time atualizado em skills relevantes, pode (e deve) fazer sugestões às partes interessadas, levando todos a refletir sobre o modelo atual, valor, oportunidades futuras, capacidades futuras e abordagens. Permitir essa interação do time com as partes interessadas é importantíssimo para gerar motivação e ownership além de ser um dos fundamentos de projetos ágeis.
Assim, acredito que o gerente de projetos deve, além de atingir o mínimo esperado:
- Desenvolver relações positivas com seus clientes, partes interessadas e time(s) de desenvolvimento. Este item está ligado ao tema recorrente de relações com sponsors identificadas nos últimos 3 anos do Pulse of Profession. Quanto maior a confiança e engajamento, maiores serão suas chances de sucesso.
- Focar em valor entregue, atingimento de objetivos ao invés de medir (apenas) por prazo, escopo, custo e qualidade. Conhecer e aplicar metodologias de desenvolvimento ágeis, métricas ágeis, ideação ajuda muito e conecta-se aos valores ágeis demonstrados nas pesquisas do PMI e que são claramente uma demanda do mercado atual.
- Estar atualizado, mesmo que não seja para “meter a mão na massa”, mas para fomentar o debate e levantamento de ideias e abordagens. Se seu foco é TI, hoje você precisa saber o que é DevOps, RPA, Kubernetes, Cloud, AI, etc, para explorar possibilidades com seu time e cliente. Diretamente ligado ao PMTQ, ter estes conhecimentos e estar aberto à novos conceitos e tecnologias é fundamental. Aprendizado constante é fundamental!
- Entender as novas realidades, legislações e expectativas de mercado, como por exemplo GDPR e LGPD, para proteger seus clientes e os clientes de seus clientes.
E você, o que faz para se manter relevante?
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