A importância do treinamento em privacidade e proteção de dados para a conformidade com a LGPD (e com a revolução da IA)

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – Lei n.º 13.709/2018 – exige das organizações brasileiras muito mais que adequações contratuais e investimentos em tecnologia: ela pressupõe uma mudança cultural que começa pelo treinamento contínuo de todas as pessoas que interagem com dados pessoais.

Adequação à LGPD exige esforços continuados e mudança de mindset da gestão e de colaboradores

A LGPD não é mais uma “burocracia” do arcabouço de leis e determinações brasileira. Ela é uma demanda do mercado global (e digital) em que vivemos. Inspirada em legislações internacionais como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia, a LGPD estabelece obrigações e princípios que devem ser observados por todas as organizações que lidam com dados pessoais, sejam públicas ou privadas.

Contudo, alcançar a plena conformidade com a LGPD não se resume apenas à preparação de contratos e políticas de privacidade. A capacitação contínua dos colaboradores – com treinamentos frequentes em privacidade e proteção de dados – é fundamental para garantir a aplicação efetiva da lei no dia a dia das empresas. Além disso, considerando o avanço tecnológico, é cada vez mais urgente a adoção de treinamentos voltados ao uso ético e seguro da Inteligência Artificial (IA) no ambiente de trabalho.

Pesquisas como o relatório “Cost of a Data Breach” da IBM Security mostram que falhas humanas seguem entre as causas mais frequentes de incidentes de segurança, reforçando que conscientizar equipes é a forma mais eficiente de reduzir riscos, evitar multas da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e preservar a reputação corporativa. Ao compreenderem as bases legais da LGPD, a classificação de dados pessoais (e sensíveis), o ciclo de vida das informações e os princípios de minimização, segurança e transparência, colaboradores tomam decisões melhores no dia a dia, tornam-se multiplicadores de boas práticas e ajudam a consolidar uma cultura de privacidade.

Uso consciente de Agentes e Inteligências Artificiais com conformidade e responsabilidade para a LGPD

A rápida adoção de Inteligência Artificial amplia ainda mais essa necessidade. Algoritmos que processam grandes volumes de dados podem reproduzir vieses ou violar a privacidade se forem usados sem o devido preparo. Na Europa, o debate sobre AI Literacy e a proposta do AI Act da Comissão Europeia deixam claro que habilidades para entender, auditar e governar sistemas de IA serão requisito regulatório – e o Brasil seguirá a mesma direção. Integrar tópicos de IA ética e segura aos programas de capacitação ajuda profissionais de TI, jurídico, marketing e negócios a identificar usos de alto risco, aplicar princípios de explicabilidade, não discriminação e responsabilização, além de garantir que o desenvolvimento de novos produtos siga padrões de privacy by design.

Sobre as IAs, é importante refletir também sobre estudo recente da FGV, que aponta que nenhuma das ferramentas atuais atendem à legislação vigente (LGPD). Os especialistas do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio analisaram as políticas de privacidade das seis plataformas de IA mais acessadas, incluindo a Meta AI, integrada a serviços populares e de acesso subsidiado, como WhatsApp, Facebook e Instagram.

Assim, é importante a criação de uma cultura de privacidade e transparência que permita a troca de informações constantes entre áreas de negócio, TI e DPO (Encarregado pela Proteção de Dados). Capacitar colaboradores para que entendam os riscos associados aos processos pelos quais são responsáveis é fundamental para o sucesso das organizações no médio e longo prazo, e, indicador de sucesso na execução da função do DPO.

Treinamentos eficazes para a LGPD

Para implantar treinamentos eficazes, a empresa deve começar mapeando seus maiores pontos de vulnerabilidade: departamentos que tratam dados pessoais sensíveis, rotinas que envolvem automatizações de IA, integrações com parceiros ou fornecedores internacionais, por exemplo. A partir daí, o conteúdo deve ser prático e contextualizado, com estudos de caso que reflitam a realidade da organização; gestores e times chave precisam de aprofundamento extra, e as atualizações devem ser constantes, acompanhando a evolução normativa e tecnológica. Esse investimento traz retorno tangível: menos incidentes, processos mais eficientes, equipes engajadas e um diferencial competitivo num mercado cada vez mais atento à governança de dados.

A Macher Tecnologia apoia empresas nessa jornada, combinando consultoria especializada, ferramentas como o DPO Helper e programas de capacitação sob medida. Para quem deseja acelerar a qualificação da equipe, vale conhecer o portal Academia LGPD, que oferece cursos online sobre LGPD, segurança da informação e módulos rápidos de microlearning que permitem a disseminação de conhecimento de forma efetiva.

A adoção do Academia LGPD também auxilia empresas na fase de mapeamento. Treinar colaboradores antes de entrevistá-los facilita a compreensão da LGPD e torna mais rico o levantamento de processos, sistemas, dados e terceiros.

Em um cenário de transformação digital acelerada, treinar pessoas é o alicerce para construir confiança, evitar sanções e fomentar a inovação responsável.

O DPO na definição e gerenciamento dos treinamentos internos

O Data Protection Officer (DPO) atua como maestro do programa de conscientização: é ele quem identifica lacunas de conhecimento a partir do mapeamento de riscos, define conteúdos alinhados à LGPD e às diretrizes da ANPD, e garante que cada área receba treinamentos adequados à sua realidade operacional.

Em parceria com RH, Jurídico e TI, o DPO elabora trilhas de aprendizagem personalizadas, estabelece indicadores de eficácia, documenta a participação dos colaboradores (essencial para comprovar accountability) e atualiza periodicamente os materiais à luz de novas regulamentações ou mudanças tecnológicas – incluindo diretrizes sobre uso ético de IA. Dessa forma, o DPO transforma requisitos legais em rotinas práticas, sustenta a cultura de privacidade e demonstra à alta gestão — e às autoridades — que a organização não apenas conhece suas obrigações, mas as coloca em prática de forma estruturada e mensurável.

E se sua empresa já atua em mercados internacionais ou é filial de empresas estrangeiras, o DPO local pode fazer o bridging com as demais iniciativas globais (GDPR, CCPA, HIPAA, etc), além de trabalhar na tropicalização de treinamentos, campanhas e materiais de privacidade e proteção de dados.

Sobre a Macher Tecnologia e sua consultoria para a LGPD

A Macher Tecnologia é uma empresa especializada em soluções Digital, focada em privacidade e proteção de dados. No mercado desde 2018, suporta clientes de diferentes indústrias em suas jornadas de conformidade, de forma multidisciplinar e hands-on.

Com uma abordagem inovadora, a Macher Tecnologia auxilia empresas na implementação de estratégias eficazes de conformidade com LGPD e GDPR, fornecendo consultoria, treinamento e ferramentas tecnológicas para gestão de riscos e proteção de dados corporativos.

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