Externalizar o DPO (DPO-as-a-Service) virou vantagem competitiva?
A terceirização de funções críticas de negócios nunca foi tão comum — e a proteção de dados não foge à regra. Conheça o caso recente na Itália que oferece um olhar interessante sobre o serviço de DPO-as-a-Service para a função de Encarregado pela Proteção de Dados.Outros temas relevantes para você:
DPO-as-a-Service como diferencial competitivo para sua empresa
A terceirização de funções críticas de negócios nunca foi tão comum — e a proteção de dados não foge à regra. Para organizações que precisam demonstrar conformidade sem inflar a folha de pagamento, contratar um DPO externo (o chamado DPO-as-a-Service) deixou de ser apenas uma alternativa viável para se tornar, em muitos casos, um verdadeiro diferencial competitivo.
Ter um DPO (Encarregado de Dados) não é apenas cumprir um requisito legal: ele atua como ponte estratégica entre tecnologia, jurídico e negócios, garantindo que o tratamento de dados pessoais respeite a legislação e, ao mesmo tempo, sustente a confiança de clientes e parceiros. Ao mapear riscos, recomendar políticas de segurança e monitorar incidentes, o DPO transforma a privacidade em ativo corporativo, evitando multas, reduzindo passivos reputacionais e criando vantagem competitiva em mercados cada vez mais exigentes.
Na Macher Tecnologia, esse papel ganha força extra: alocamos times multidisciplinares e hands-on, formados por especialistas em privacidade, segurança da informação, governança de dados e transformação digital. Nosso time vai além de relatórios teóricos – entregamos recomendações práticas, checklists executáveis e guidances que descem do “etéreo” para o mundo real, prontos para integrar sprints ágeis, matriz de risco ou plano de resposta a incidentes. O resultado é implementação rápida, aderente ao negócio e, acima de tudo, capaz de demonstrar conformidade auditável.
GDPR: O precedente que recolocou a independência do DPO em foco
Em março de 2025 o Garante italiano aplicou uma multa de € 70 mil a uma empresa de recuperação de crédito cujo representante legal acumulava o cargo de DPO. A autoridade concluiu que o conflito de interesses tornava impossível exercer o papel de forma independente, violando os artigos 37 e 38 do GDPR. O caso reforça a leitura dominante na Europa: quem define meios e finalidades de tratamento não pode, ao mesmo tempo, fiscalizar a própria atividade.
O conflito de interesses mina a essência de controles de privacidade (LGPD, inclusive) porque compromete a independência e a imparcialidade necessárias para que decisões sobre tratamento de dados priorizem os direitos dos titulares. Quando quem fiscaliza — ou aconselha — também influencia ou se beneficia das operações que devem ser avaliadas, corre-se o risco de flexibilizar controles, omitir falhas ou legitimar práticas irregulares; isso fragiliza a governança, eleva a probabilidade de incidentes e expõe a organização a sanções da ANPD e a perdas reputacionais. Em síntese, sem autonomia real, o DPO deixa de ser guardião da conformidade e se transforma em mero endossador, esvaziando a confiança que a lei pretende criar entre empresas, consumidores e sociedade.
A LGPD não tem nenhuma indicação sobre o tema ainda, enquanto que na GDPR este ponto está abordado.
Tendências de mercado que favorecem o modelo de DPO externo
A escassez de profissionais sêniores impulsiona a terceirização. No Relatório de Governança de Privacidade da IAPP (2024), 80% das equipes de privacidade relataram acúmulo de novas frentes, incluindo governança de IA — um ganho de escopo que nem sempre cabe em um único profissional.
Enquanto isso, um levantamento global mostra que 37% das pequenas empresas já terceirizam ao menos um processo e 74% recorrem à terceirização para acessar conhecimento especializado indisponível internamente. Para as PMEs (Pequenas e Médias Empresas) especificamente, o modelo terceirizado pode ser muito positivo especialmente pela inexistência – muitas vezes – de ações que justifiquem um único profissional alocado de forma full-time. Neste caso, PMEs se beneficiariam de um serviço mesclando diversos perfis, justamente o que fazemos na Macher Tecnologia.
A própria comunidade de privacidade ilustra o fenômeno: pesquisa de 2024 revelou que 16,9% atuam exclusivamente como DPO externo e outros 23,7% alternam entre funções internas e consultivas, sinal de um mercado cada vez mais híbrido.
No Brasil, publicações especializadas já apontam o crescimento do modelo DPO-as-a-Service e de arranjos híbridos em que consultorias apoiam equipes internas. Um artigo no Migalhas observa que ‘empresas têm recorrido cada vez mais a prestadores terceirizados para assumir a função de DPO’ (10/10/2024), enquanto análise no ConJur destaca a terceirização como ‘solução eficaz para assegurar a independência exigida pela Resolução 18 da ANPD’ (05/11/2024).
Como o DPO-as-a-Service gera vantagem competitiva para PMEs
Para empresas que não conseguem justificar um head-count integral, o modelo de DPO terceirizado oferece três ganhos principais.
Primeiro, rápida implantação: o serviço costuma entrar em produção em poucas semanas, evitando a curva de aprendizado de um contratado recém-chegado.
Segundo, independência regulatória, aspecto valorizado pelas autoridades e pelos próprios clientes em due-diligence.
Terceiro, previsibilidade orçamentária: taxas mensais substituem salários, encargos e treinamentos; no Brasil, por exemplo, o custo total de um único DPO interno pode ultrapassar R$ 390 mil/ano (Glassdoor) — valor difícil de fechar a conta em estruturas enxutas.
A soma desses fatores transforma a conformidade em acelerador de negócios: contratos são fechados com mais agilidade quando o fornecedor demonstra governança robusta e imparcial.
Riscos e cuidados antes de terceirizar o Encarregado pela proteção de dados
O modelo não é isento de desafios. O relatório de enforcement coordenado do EDPB apontou sobrecarga de trabalho e falta de recursos como problemas crônicos quando um mesmo provedor atende dezenas de controladores; conhecer a carteira de clientes e os níveis de serviço pactuados é essencial.
Além disso, um DPO externo precisa entender o core business do cliente para evitar decisões genéricas. A liderança, por sua vez, deve integrá-lo às discussões estratégicas e garantir cobertura contratual contínua para incidentes.
Para quem opera com margens apertadas e ritmo acelerado, externalizar o DPO pode ser mais do que cumprir a lei — pode ser vantagem competitiva tangível, combinando independência, escala e acesso a expertise de última geração. Na prática, o sucesso depende de critérios claros de seleção, SLAs bem definidos e integração do consultor ao ciclo de inovação da empresa. Se bem estruturado, o DPO-as-a-Service reduz riscos, acelera vendas e libera a organização para focar no seu core business, sem perder de vista a confiança do mercado.
Sobre a Macher Tecnologia e sua consultoria para a LGPD
A Macher Tecnologia é uma empresa especializada em soluções Digital, focada em privacidade e proteção de dados. No mercado desde 2018, suporta clientes de diferentes indústrias em suas jornadas de conformidade, de forma multidisciplinar e hands-on.
Com uma abordagem inovadora, a Macher Tecnologia auxilia empresas na implementação de estratégias eficazes de conformidade com LGPD e GDPR, fornecendo consultoria, treinamento e ferramentas tecnológicas para gestão de riscos e proteção de dados corporativos.
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